Cobrança judicial como nova forma de investimento
A medida que os tempos mudam investimentos bancários não são mais tão rentáveis, na verdade basicamente, investir em aplicações financeiras tem sido quase que empatar dinheiro, se você for conservador, mas se você for arrojado e assumir riscos pode ganhar um pouco mais, mas também pode perder muito.
Por isso é interessante que tenhamos outras formas de investimento, por isso vou trazer informações para você ponderar se esse é um investimento que te agrada, hoje vamos explicar como a cobrança judicial deve ser encarada como nova forma de investimento.
Particularmente eu entendo a cobrança judicial como uma excelente forma de investimento, que precisa de poucos cuidados antes de iniciar essa empreitada que pode ser financeiramente muito vantajosa.
Vamos começar pelos cuidados iniciais, pois a parte boa é matematicamente ótima!
Eu penso que quem for encarar cobrança judicial como forma de investimento tem que tomar basicamente só 3 cuidados bem simples.
O primeiro cuidado é somente cobrar quem tem patrimônio, ou seja, não adianta cobrar quem não tem nada mais a perder.
O segundo cuidado é escolher títulos de crédito para cobrar com faixa de valores médios, ou seja, considerando que se você não tiver justiça gratuita, terá que assumir pequenos custos que têm valor mínimo, é ideal cobrar dívidas a partir de cinco mil reais, sem correção, desta forma se surgir a necessidade de arcar custos eles serão proporcionalmente inexpressivos. Também fazemos ressalvas a valores altos pois que esses valores justificam o devedor contratar advogado para ganhar tempo e se defender.
Com isso quero dizer que títulos de valor médio terão mais velocidade na cobrança judicial e baixa resistência, porque não vale a pena pagar advogado para defender dívidas que são reais e fatalmente irão recair sobre o devedor.
O terceiro cuidado é escolher um advogado de confiança que seja experiente e estruturado, pois a cobrança judicial é um processo de responsabilidade e um advogado sozinho eventualmente sofre com imprevistos, tais como situações de saúde, de família, etc, enquanto um escritório estruturado não depende só da pessoa do advogado e sim do fluxo de trabalho em equipe, o que dará mais solidez na ferramenta cobrança judicial.
Agora que já te falei quais os cuidados que você precisa ter e se você acha que é capaz de tomar esse cuidados, vamos à parte boa, bem boa diga-se de passagem, pois a cobrança judicial é muito melhor que uma aplicação financeira, seja ela conservadora, seja ela de risco.
Cobrança judicial basicamente não tem riscos, o real problema foi a pessoa ou a empresa te dever, agora, como um pequeno impulso você pode recuperar seu dinheiro ou até ganhar dinheiro com isso.
Mas esse artigo é para empreendedores de visão, se você está ansioso, se você acha que tudo deve ser feito no seu tempo, esse investimento não é para você.
Temos dois cenários que vamos comentar, cenário 1 cobrar dívidas que as empresas ou pessoas têm com você, ou cenário 2, captar dívidas de empresas para cobrar judicialmente, nas duas situações esse é um dinheiro bem interessante.
Já ouvi muito no início de carreira, há muitos anos atrás, e em geral de pessoas que não se fixaram no mercado ou nunca cresceram profissionalmente um jargão, que é o seguinte: “não vou colocar dinheiro bom em coisa ruim”.
A verdade que muitos descobriram depois é que quando você vende ou presta serviços para quem não pode pagar você já colocou dinheiro bom em coisa ruim, e por isso a maioria destas pessoas não prosperaram.
A cobrança judicial é uma forma excelente de injetar dinheiro na empresa, desde que tomados os 3 cuidados que mencionei, pois o dinheiro já é seu, você com certeza gastou muito mais do que taxas judicias para prestar um serviço ou comprar um produto, entregar para um cliente, e não receber. Pior que não receber, você fica chateado, é maltratado, enquanto o oportunista está por ai.
Se faça as seguinte perguntas, quanto custa pegar dinheiro emprestado? Quanto custa pagar juros a bancos? Eu te digo, atualmente um empréstimo bem negociado custa pelo menos 60% ao ano entre juros, taxas e correções, e mesmo que eu estiver errado e for muito menos, faça a si mesmo, outra pergunta.
Quanto custa cobrar uma dívida judicialmente? Se você não puder pedir justiça gratuita, vai te custar em torno de 3%, somente uma vez. Pois os honorários do advogado especialista em cobrança judicial podem ser negociados para pagamento no êxito.
Então me diga, quantas vezes você preferiu pegar dinheiro em banco, mas não cobrou judicialmente quem te deve. Se você for bom de conta, se você pagou sua dívida em 1 ano, você gastou 20 vezes mais quando pega dinheiro em banco, se demorou 2 anos para pagar, gastou pelo menos 40 vezes mais, e por ai a conta só aumenta!
No cenário 2 compartilho minha experiencia quando trabalho para quem vai ao mercado reunir dívidas de várias empresas e me contratam para fazer a cobrança judicial, olhe só que interessante.
Na sua empresa há por exemplo 100 mil reais não recebidos, e como você acha que não deve colocar dinheiro bom em coisa ruim, entende isso como prejuízo, e quando determinada pessoa chega na sua empresa falando que vai cobrar essa dívida e você não vai gastar nada, ela retira seus títulos, leva para o advogado especialista em cobrança judicial que entra com as ações judiciais de cobrança para reaver o dinheiro, e quando recebe, ele retorna para você que não quis fazer um pequeno ato de fé na sua cobrança, te devolve uma pequena parte do resultado.
A cobrança judicial rende juros de 1%, correção monetária, e as vezes conseguimos cobrar multas, ou seja, para cobrar 100 mil reais, esse profissional irá gastar 3 mil, valor que será reposto com só 2 meses de correção, pois vamos considerar que a correção monetária será de 0,5% ao mês, então somado a 1% de juros, em 2 meses a dívida valerá mais de 103 mil reais.
Sim a cobrança judicial pode ser demorada, quem sabe um ano ou dois, mas a 1,5% ao mês nem as melhores aplicações irão lhe dar esse retorno.
Também considere que se você for a mercado comprar essas dívidas e pagar por exemplo 5% do valor de face da dívida, e pagar só quando receber, mesmo após pagar os honorários do advogado você terá um resultado superior a 100 mil reais.
*Gilberto de Jesus da Rocha Bento Júnior é advogado e contabilista expert em advocacia empresarial, pós graduado em direito tributário, direito empresarial, direito processual, empreendedorismo e tribunal do júri, cursou doutorado em direito constitucional. Empático e experiente, acredita que para obter sucesso o conhecimento e cultura são fundamentais, por isso, fez mais de 300 cursos livres de assuntos diversos como marketing, departamento pessoal, negociação, matemática financeira, tributos diretos, tributos indiretos, substituição tributária, gestão de pessoas e muitos outros para conhecer pessoas diferentes e compreender a realidade das empresas, também, vivenciou experiências de aprendizados em vários países como Inglaterra, África do Sul, Espanha, Argentina, Tailândia.