Qual o verdadeiro custo de um funcionário para sua empresa
É tão normal o funcionário comentar que ganha pouco e que a empresa está explorando seu trabalho…
Resolvi escrever esse artigo para explicar tanto para o funcionário que não tem ideia real de seu custo para a empresa, e também para a empresa que precisa saber qual o custo real de seu funcionário para saber quando conceder aumentos ou quando saber se o trabalho que o funcionário faz é financeiramente positivo para a empresa.
Vamos perceber que o custo real, o verdadeiro custo de cada funcionário é muito maior do que ele realmente recebe, e que o grande vilão dessa situação é na verdade o governo que fica com a maior parte do salário e dos impostos sobre salários, sem ter trabalhado por ele, e sem ter contra-partida ao trabalhador, à empresa e à sociedade em geral.
Eu criei uma planilha que pode ser acessada gratuitamente por todos para ajudar a todos entender o custo real de um funcionário, essa planilha pode ser acessada clicando aqui.
E nesta planilha eu apresento todos os principais itens de acréscimos e descontos salariais que vou descrever e explicar nesse artigo.
O custo verdadeiro de um funcionário com o mesmo salário pode ser maior ou menor, de acordo com o regime fiscal da empresa, isto é, se a empresa estiver enquadrada no SIMPLES NACIONAL o funcionário custa bem menos do que se a emprese tiver optado por regime tributário LUCRO PRESUMIDO ou LUCRO REAL.
Só para começar, todo funcionário tem direitos, em geral devem receber: vale transporte, vale refeição, vale alimentação, plano de saúde, auxílio maternidade, auxílio creche, férias com adicional de 1/3, 13º salário, aviso prévio, FGTS entre outros “benefícios” impostos pela lei, mas vamos ser francos, tudo isso nada mais é do que remuneração, salário, pagamento, porque tudo é dinheiro saindo da empresa, tendo parte apropriada pelo governo para só depois uma parte menor ficar com o trabalhador.
E os descontos? O governo desconta do salário IRPF e INSS, mas também cobra INSS da empresa (quando estas são Lucro Presumido e Lucro Real), faz a empresa depositar FGTS numa conta que o trabalhador não tem acesso e tem que ficar mendigando para as vezes poder sacar, isso é justo?
Além de todos esses custos a empresa para atender a todas as exigências do governo tem que contratar uma contabilidade com profissionais especialistas em assuntos trabalhistas, pois precisa prestar uma infinidade de informações sobre como, quanto, como e porque paga o que o próprio governo manda pagar, e isso é um custo a mais para a empresa e portanto, um custo direto ligado ao funcionário.
Por enquanto falamos dos custos diretos ligados ao funcionário, e isso já eleva do custo do funcionário para mais de o dobro do que ele recebe, mas os custos ainda estão longe disso, são muito maiores, porque para ter funcionário é necessário ter?
Empresa funcionando, capital de giro, pagar aluguel, comprar estoque para produzir e vender, comprar mobiliários, computadores, ter serviço de limpeza, cafezinho, água, pagar energia elétrica, Sabesp, entre outros custos necessários para ter registrado algum funcionário, portanto, o ideal é fazer um rateio de todas as despesas da empresa e dividir por integrantes da corporação.
E também é importante entender e classificar o funcionário entre atividade fim e atividade de suporte, por exemplo, vamos pensar em um escritório de arquitetura, neste caso os arquitetos que fazem atividade fim, cujo trabalho deve gerar a renda para manutenção de toda a empresa inclusive de outros funcionários de atividade de apoio ou suporte, como recepção, limpeza, assistente financeiro, etc.
Querem outro exemplo, uma padaria, os funcionários de atividade fim são aqueles que fazem os produtos para venda e geração de renda, como padeiros, confeiteiros, chapeiros, esses funcionários devem produzir produtos em quantidade necessária para que as vendas gerem dinheiro para pagar salários de funcionários de caixa, de balcão, limpeza, administração e outros que forem necessários.
Portanto, ao pensar no custo de cada funcionário, primeiro entenda se esse funcionário exerce atividade fim, ou atividade de apoio, pois os de atividade fim devem produzir o necessário para arcar com todos os custos e geração de lucro para sobrevivência da empresa.
Depois de saber se o funcionário é atividade fim ou atividade de apoio, faça o rateio dos custos gerais, e acrescente os custos diretos de contratação como salários e benefícios.
Saber o custo de um funcionário te permite saber o quanto ele realmente vale para a empresa, com isso você pode calcular sua produção e melhorar o negócio como um todo.
Uma sugestão interessante que pode ser mais prática é contratar uma consultoria para se organizar e calcular o custo de um ou dois funcionários, te ensinando a metodologia para você mesmo calcular os outros custos de funcionários, em geral pagar alguém especializado para te dar o caminho é bem mais barato que dedicar horas sem fim ou certeza de que está fazendo certo.
Por Gilberto de Jesus da Rocha Bento Júnior, advogado e contabilista expert em advocacia empresarial, pós-graduado em direito empresarial, direito processual, direito tributário, empreendedorismo e tribunal do júri, cursou doutorado em direito constitucional. Acredita que para obter sucesso o conhecimento e cultura são fundamentais, por isso, fez mais de 300 cursos livres de assuntos diversos como marketing, negociação, matemática financeira, gestão ambiental, tributos diretos e indiretos, substituição tributária, departamento pessoal, gestão de pessoas e continua agregando conhecimento sobre a natureza humana, experiência internacional com estudos em Londres, Buenos Aires e Cape Town, e vivencias em todos os continentes.