Quando a cobrança judicial vale a pena?
Eu acredito na cobrança judicial como forma de valorizar seu trabalho e seu dinheiro, então decidir quando a cobrança judicial vale a pena depende de uma ponderação financeira, uma conta, avaliando a proporção do investimento em tempo e dinheiro, confrontando esse investimento com a probabilidade de sucesso.
Qualquer cobrança judicial me parece um ótimo negócio, exceto em duas situações, o baixo valor a cobrar e a impossibilidade de receber.
Antes de explicar sobre a relação de investimento e retorno, e sobre a impossibilidade de receber, quer lembrar de outros valores da cobrança judicial.
Para cobrar judicialmente você tem que ter feito uma venda de produto ou serviço ou tem que ter emprestado algo para alguém, ou está cobrando uma cota de condomínio, ou ainda, alguma outra obrigação com expressão financeira, ou seja, cobrar judicialmente sempre tem um forte motivo, sempre tem tempo e investimento dedicado que se não cobrado será perdido, se transformará em prejuízo.
Como já explicamos no artigo cobrança como nova forma de investimento, é muito mais barato cobrar judicialmente do que tomar dinheiro em bancos para capital de giro, aquisições, e outras finalidades, isso porque cobrar judicialmente é um investimento muito baixo ao comparar com o resultado que irá trazer e também ao comparar com o prejuízo que esse dinheiro irá fazer em nossa empresa ou em nossa vida.
Como é ruim saber que alguém está tirando vantagem indevida de nós, se eu já fiz tanto, acho que vale muito a pena colocar um pouco mais de energia e completar o ciclo com a cobrança judicial.
Mas o que é considerado um baixo valor se comparado ao grande retorno? Para pessoas ou empresas que não têm condições de pedir justiça gratuita (isso mesmo, podemos tentar pedir justiça gratuita para cobrar judicialmente!), mesmo o custo variando de Estado para Estado, podemos usar como exemplo São Paulo, onde, em média (se o devedor não fizer forte oposição), a pessoa ou empresa irá gastar uns 3% do valor corrigido da dívida.
Isso quer dizer que se você não tiver justiça gratuita, com um investimento de 3% irá ter um retorno bruto de 97%? É isso ai, por que os honorários do advogado podem ser negociados para pagamento vinculado ao resultado (verificar condições em contrato).
Então na prática hoje você tem um sujeito rodando por ai com o fruto do seu trabalho, e você tem a chance de recuperar o valor, evitando um prejuízo de 100%, com um pequeno investimento de só 3%. Pelo que sei se você for pegar dinheiro no banco você pode pagar esses 3% por mês, todo mês. Nesse sentido me parece bem barato fazer um pequeno investimento uma vez.
A outra situação onde cobrar judicialmente pode não valer a pena é quando você tem a certeza de que o devedor não tem como te pagar, mas isso precisa de uma pesquisa, porque todo devedor diz que está “quebrado”, mas continua por ai, vivendo, viajando, dirigindo belos carros, levando a família dele para passear, enquanto a sua tem que ficar em casa porque tem gente te devendo e você não tem dinheiro para dar conforto à eles. Lógico que o sucesso é uma escolha, ter uma vida melhor depende do seu esforço e do seu bom senso, se você prefere deixar alguém usufruir do seu dinheiro é uma escolha sua.
Fazem muitos anos que não vejo alguém “quebrar” de verdade, mas sempre vejo devedores agora, com nome sujo tendo uma ótima vida com dinheiro de pessoas que não tomam a iniciativa de lutar para ter de volta o seu próprio dinheiro.
Entendo que cobrar judicialmente pode demorar, mas é um equilíbrio, é importante semear agora para colher no futuro, não é certo você trabalhar e alguém ficar te devendo, cada vez que você cobra judicialmente, você manda um recado que diz para o devedor procurar em outro lugar porque aqui tem uma pessoa, tem uma empresa séria que não vai permitir se enganada, que vai fazer uma escolha inteligente e completar o ciclo exigindo de volta o que é seu.
*Gilberto de Jesus da Rocha Bento Júnior é advogado e contabilista expert em advocacia empresarial, pós graduado em direito tributário, direito empresarial, direito processual, empreendedorismo e tribunal do júri, cursou doutorado em direito constitucional. Empático e experiente, acredita que para obter sucesso o conhecimento e cultura são fundamentais, por isso, fez mais de 300 cursos livres de assuntos diversos como marketing, departamento pessoal, negociação, matemática financeira, tributos diretos, tributos indiretos, substituição tributária, gestão de pessoas e muitos outros para conhecer pessoas diferentes e compreender a realidade das empresas, também, vivenciou experiências de aprendizados em vários países como Inglaterra, África do Sul, Espanha, Argentina, Tailândia.
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